quinta-feira, 23 de maio de 2013




"— Em vez de esperarmos na estrada, fazemos o nosso caminho. " Ao meio-dia a chuva pára. O sol se empina no céu, com tamanha vingança que, num in- stante, chupa os excessos de água sobre a savana. A terra sorve aquele dilúvio, enxugando o mais discreto charco. No inacreditável mudar de cenário, a seca volta a imperar. Onde a água imperara há escassas hor- as, a poeira agora esfuma os ares. Ouve-se o tempo raspando seus os- sos sobre as pedras Em toda a savana o chão está deitado, sem respir- ar. A cauda do vento se enrosca longe. Até o capim que nunca tem nenhuns pedidos, até o capim vai miserando. Mia Couto- Terra Sonâmbula

Nenhum comentário:

Postar um comentário