sexta-feira, 31 de maio de 2013

"E posso dizer também que, em algumas noites, sem nenhuma razão específica, Baba Ayub não conseguia dormir. Apesar de agora estar muito velho, ainda podia andar com as próprias pernas, desde que usasse uma bengala. E assim, nessas noites insones, ele se esgueirava da cama sem acordar a mulher, pegava a bengala e saía de casa. Andava pela escuridão, a bengala tateando à frente, a brisa da noite fustigando seu rosto. Havia uma pedra achatada na orla de seu terreno, onde ele se sentava. Em geral, permanecia ali por uma hora ou mais, olhando as estrelas, as nuvens flutuando perto da lua. Pensava em sua longa vida, e agradecia por toda a generosidade e alegria que lhe haviam sido proporcionadas. Querer mais, desejar ainda mais, ele sabia, seria mesquinharia. Suspirava com prazer e ouvia o vento descendo das montanhas, os pios das aves noturnas." Khaled Hosseini - O Silêncio das Montanhas.

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