sexta-feira, 24 de maio de 2013

"E chorou. Riobaldo de novo: "Toda saudade é uma espécie de velhice." Velhice não se mede pelos números do chronos; ela se mede por saudade.
Saudade é o corpo brigando com o chronos. De novo o mesmo poema de Ricardo Reis: ele fala do deus atroz que os próprios filhos devora sempre". Chronos é o deus terrível que vai comendo a gente e as coisas que a gente ama. A saudade cresce no corpo no lugar onde chronos mordeu. É um testemunho da nossa condição de mutilados - um tipo de prótese que dói"
Rubem Alves- O Amor que Acende a Lua

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