sexta-feira, 24 de maio de 2013

 "As árvores sabem que a única razão da sua vida é viver. Vivem para viver. Viver é bom. Raízes mergulhadas na terra, não fazem planos de viagem. Estão felizes onde estão. Enfrentam seca e chuva, noite e dia, chuva e calor, com silenciosa tranquilidade, sem acusar, sem lamentar. E morrem também tranquilas,
sem medo. Ah! Como as pessoas seriam mais belas e felizes se fossem como as árvores. É possível que os estoicos e Spinoza tenham se tornado filósofos tomando lições com as árvores.  Olhando para as árvores, tive por um momento a ideia de que Deus é uma árvore em cuja sombra nós, crianças, brincamos e descansamos. Pura generosidade sem memória.  Acho que o verdadeiro, sobre São Francisco, não é que ele tenha pregado aos peixes e pássaros. A verdade é que ele ouviu o sermão das árvores. Por isso ficou tão manso, tão tranquilo. Ele tinha a beleza das árvores. Estava reconciliado com a vida. Então os pássaros fizeram ninhos nos seus galhos e os peixes comeram dos seus frutos que caíam na água...  
Sejamos simples e calmos  Como os regatos e as árvores,  E Deus amar-nos-á fazendo de nós  Belos como as árvores e os regatos,  E dar-nos-á verdor na sua primavera,  E um rio aonde ir ter quando acabemos!...  "Rubem Alves- O Amor que Acende a Lua

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