sexta-feira, 24 de maio de 2013

"Ah! Como os apaixonados desejam sinceramente que aquela felicidade não tenha fim! Mas o amor, pássaro, de repente bate as asas e voa ... Brincando, faz tempo, eu sugeri que um casamento que se baseasse no amor teria de ser efêmero porque o amor é sentimento, e os sentimentos não podem ser transformados em monumentos. É o evangelho que diz. Deus é amor. E diz também que Deus é "vento que
sopra onde quer, sem que saibamos donde vem nem para onde vai".  Nos sonhos a imagem da casa frequentemente corresponde ao corpo. Jesus, numa parábola, compara o corpo a uma casa vazia que, por estar vazia, foi invadida por demônios sem-teto. As casas são comoventes. Uma das razões do meu amor pelas pinturas de Larsson é que ele pinta casas, com fumaça saindo pela chaminé, cozinhas, gatos, galinhas. Comovem-me especialmente as casas velhas - pelas estórias que elas contam. Sim, casas contam estórias, ou acontecidas  ou por acontecer.  " Rubem Alves - O Amor que Acende a Lua

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